A logística é um dos grandes gargalos da agricultura brasileira. Tendo em vista a realidade da armazenagem do país, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14, anunciado nesta terça-feira, 4 de junho, pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade prevê investimentos de R$ 25 bilhões para a construção de novos armazéns privados no país nos próximos cinco anos – sendo R$ 5 bilhões na temporada 2013/14. As condições para a linha de crédito terão taxa de juros de 3,5% ao ano com carência de até 3 anos e o prazo será de até 15 anos para pagamento. Além disso, serão investidos mais R$ 500 milhões para modernizar e dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme o documento do Sistema Nacional de Armazenagem, dez armazéns da Conab serão construídos em diferentes regiões do país. Na região Sul, os municípios de Xanxerê (SC) e Estrela (RS) serão contemplados. O armazém de abastecimento de Xanxerê terá a capacidade estática de 100mil toneladas e o investimento de R$30,5 milhões. Conforme o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), que trabalhou fortemente para a construção do armazém no município, o déficit de armazenagem estimado da região é de 564 mil toneladas. “O déficit da região é muito alto para uma região que tem alto consumo de milho devido à criação de suínos, aves e gado leiteiro”. O terreno para a construção do armazém será doado pela prefeitura municipal, com interligação multimodal – ferrovia/rodovia – localizado no entroncamento do anel viário da BR 282, cuja área já confirmada pelo prefeito de Xanxerê, Ademir José Gasparini, que deverá, com a autorização dos vereadores, emitir a escritura para a Conab iniciar as licitações de implantação da obra.
O armazém da Conab em Xanxerê deverá dar o equilíbrio na necessidade de milho, cuja produção em Santa Catarina está em torno de 4 milhões de toneladas, enquanto o estado consome entre 6 a 6,5 milhões de toneladas. O armazém servirá para manter estoque regulador para Santa Catarina e distribuí-lo principalmente para os pequenos produtores com milho balcão para a suinocultura, avicultura e produção de leite. Segundo o deputado Valdir Colatto, a falta de milho em épocas de grande demanda será resolvida com o armazém abastecido permanentemente.
Os futuros da soja, do milho fecharam o pregão eletrônico desta quarta-feira (5) em campo misto na Bolsa de Chicago. As primeiras posições das duas commodities exibiram leves ganhos, enquanto os vencimentos mais distantes registraram pequenos recuos. Já os futuros do trigo encerraram a sessão do lado negativo da tabela, com perdas entre 0,25 e 3,75 pontos.
No curto prazo, o mercado segue encontrando suporte nos ajustados fundamentos de oferta e demanda, com foco no quadro de escassez de produto nos Estados Unidos. Já nos contratos referentes à nova safra, as pequenas baixas refletem as expectativas de uma produção norte-americana cheia, porém, essas esbarram no clima adverso que continua atrasando o plantio no país.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (4):
Grãos têm dia de baixas motivadas por correção técnica na CBOT
Os contratos futuros da soja fecharam a sessão desta terça-feira (4) com perdas entre 3,75 e 10,25 pontos na Bolsa de Chicago. O mercado recuou com um movimento de realização de lucros após as fortes altas registradas nesta segunda-feira (3), quando os preços bateram nos melhores patamares em sete meses. O milho fechou o no misto, com apenas o julho/13 em alta, assim como o trigo, que terminou o dia no vermelho, subindo apenas na posição maio/14.
Entretanto, apesar dessa correção técnica exibida neste pregão, as cotações seguem com foco em duas situações: a preocupante falta de soja da safra velha nos Estados Unidos e as incertezas sobre a nova safra dos Estados Unidos. Além disso, como explicou o analista Pedro Dejneka, da PHDerivatvos, "com a participação de fundos especuladores no mercado, movimentos tanto de alta, quanto de baixa, tendem a ser exagerados".
Nos contratos mais próximos, referentes à temporada 2012/13, o mercado encontra sustentação, já que há pouca soja disponível diante de uma demanda, tanto interna quanto para exportação, muito aquecida e sem dar sinais de desaceleração.
Paralelamente, há indefinições sobre a safra 2012/13 de grãos dos Estados Unidos. As projeções iniciais indicavam uma produção recorde, entretanto, o significativo atraso do plantio já compromete essas estimativas. As condições climáticas não foram nada favoráveis à semeadura do milho, que está bastante atrasada em relação aos números do ano passado e à média dos últimos cinco anos.
Para a soja, o cenário também não tem se configurado de forma muito positiva. Chuvas excessivas atrapalham os trabalhos de campo e também retardam o processo de plantio.
Os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportaram que 91% da área de milho já está plantada, enquanto nesse mesmo período do ano passado, o processo já havia sido concluído e, a média mostra um índice de 99%. No caso da soja, esse número passou de 44 para 57%. Em 2012, nessa mesma época, eram 93%.
Frente a isso, crescem a cada dia as especulações sobre o tamanho da área de ambas as culturas - seja pelo atraso nos trabalhos de campo, a possibilidade de uma migração de milho para a soja e ainda a ocorrência de alguns produtores abandonado áreas optando pelo seguro agrícola -, fatores que implicariam diretamente na produtividade das lavouras norte-americanas tanto do cereal quanto da oleaginosa.
Sobre as novas previsões climáticas, Dejneka afirma que as próximas duas semanas sejam melhores, com chuvas pontuais, e algumas janelas que permitam a conclusão do plantio de milho logo mais e o de soja até 21 ou 22 de junho.
Com esse quadro ainda indefinido, a volatilidade e o "nervosismo" seguem permeando os negócios em Chicago. "São duas dinâmicas diferentes nesse momento. O mercado imediato focado em um estoque realmente apertado, e lá para frente, focado na produção e no clima. Isso continuará trazendo bastante volatilidade, continuará confundindo, mas são horas como essa em que é importante se distanciar de todo o barulho do mercado e saber diferenciar um valor baseado em fundamentos e um valor que possa estar sendo exagerado, tanto para baixo ou para cima, por um movimento técnico, ou de fundos de investimento", orienta Pedro Dejneka.
A produção de grãos da safra que se encerra chegou a 184 milhões de toneladas, enquanto a capacidade de armazenagem ficou em 145 milhões de toneladas, somando armazéns públicos e privados, o que representa um déficit de estocagem de 39 milhões de toneladas. Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, os novos armazéns vão resolver a defasagem do setor.
“Esse valor corresponde, mais ou menos, a 65 milhões de toneladas. Vamos suprir toda a deficiência de armazenagem e ter capacidade estática”, destacou Andrade. O ministro disse ainda que o governo investirá R$ 500 milhões em construção e melhorias de armazéns públicos. A meta, segundo ele, é dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação recomenda que cada país tenha capacidade de armazenagem 20% acima de sua produção, o que, no caso do Brasil, equivaleria, em 2013, a 220 milhões de toneladas. Com os novos armazéns que devem estar todos prontos até 2020, o país poderá chegar próximo a esse patamar.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas o advogado Newley Amarilla, que representa Ricardo Bacha, dono da fazenda Buriti confirmou que o prazo para a saída pacífica dos índios na propriedade invadida novamente no último sábado (01) está mantido e vence nesta quarta-feira(05). A informação de que essa determinação da justiça havia sido suspensa foi divulgada erroneamente pela imprensa durante o período da manhã. Amarilla lembrou que a partir desta quarta-feira (05) em caso de descumprimento da ordem judicial, serão aplicadas multas de R$ 1 milhão por dia para a Funai e de 1% sobre o valor da causa ao líder da comunidade indígena Buriti e ao coordenador local da Funai. O objetivo é evitar confronto entre a polícia e os indígenas e por isso não haverá processo de reintegração de terras. A expectativa é que as multas sejam o instrumento de pressão e que as autoridades responsáveis pelos índios tomem a frente das negociações. A medida não vale para as outras fazendas que também foram invadidas na última segunda-feira(03).
Prazo para reintegração da fazenda Buriti está mantido e vence nesta quarta-feira (5)
A reintegração de posse - que deu prazo de 48 horas para a saída dos índios da fazenda Buriti e estipulou multa diária de R$ 1 milhão – continua valendo. De acordo com o advogado Newley Amarilha, que representa Ricardo Bacha, dono da fazenda, a decisão que dá prazo de 36 horas para que a União e a Funai (Fundação Nacional do Índio) se manifestem é sobre um pedido, apresentado na sexta-feira, de envio de força policial para a região, com a finalidade de garantir segurança na produção econômica.
“Esse pedido ficou com a juíza de plantão Monique [Marchiolli Leite], de Corumbá. No domingo, entrei com outro pedido para que os índios saíssem e a decisão veio à noite”, afirma.
Desta forma, as publicações desatualizadas no site da Justiça Federal, que começaram a ser lançadas a partir de segunda-feira, culminaram na confusão. De acordo com o advogado, ainda está em vigor a decisão da juíza Raquel Domingues do Amaral, datada de domingo, prevendo desocupação pacífica e multa.
Veja a notícia na íntegra no site do Campo Grande News.
Justiça não anulou liminar para saída de índios; prazo continua a ser quarta
O prazo para a desocupação da fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS), invadida por índios da etnia terena, continua valendo e vence nesta quarta-feira (5), segundo informou juíza federal Raquel Domingues do Amaral.
O G1 informou incorretamente na segunda-feira que uma decisão da Justiça Federal havia anulado esse prazo para que os indígenas deixassem propriedades invadidas na região.
A fazenda Buriti foi palco de um confronto na quinta-feira, quando as polícias Federal e Militar cumpriram ordem judicial de reitegração de posse. O índio Oziel Gabriel, de 36 anos, morreu baleado. Um dia depois, os terena voltaram a ocupar a área.
Veja a notícia na íntegra no site do G1 MS.